Historinha ilustra muito bem o período político e moral que
atravessamos. Desconheço o autor, estou apenas repassando...
Refere-se a episódio envolvendo a Marinha Mercante Britânica,
cujos marujos em uma embarcação não tomavam banho nem trocavam de roupa, há
meses.
Por óbvias razões, o odor fétido percorria todas as áreas. O fato não escapou, como não poderia, à sensibilidade olfativa do comandante. Este convocou a sua cabine o imediato e o advertiu severamente:
Por óbvias razões, o odor fétido percorria todas as áreas. O fato não escapou, como não poderia, à sensibilidade olfativa do comandante. Este convocou a sua cabine o imediato e o advertiu severamente:
–
Mr. Simpson: o navio exala mau cheiro desagradável e pútrido. Manda os homens
trocarem suas roupas. Imediatamente.
O
imediato, atento, obedeceu: “Aye, aye, Sir...”.
Partiu
para a parte inferior da embarcação, reuniu seus homens e transmitiu a ordem:
–
Marinheiros, o capitão se queixa do fedor a bordo e manda que todos troquem
suas roupas. Assim, tu, David, troca a camisa com John; John, troca a tua com
Peter. Peter troca com Alfred; Alfred com Gilbert.
Todos
mudaram suas roupas, por força do que, contente, o imediato voltou ao seu
superior e comunicou: “Sir, todos já trocaram de roupa”. Imediatamente, o
capitão, visivelmente aliviado, mandou que a viagem fosse reiniciada. Só no
decorrer de algumas milhas constatou-se que os marinheiros apenas tinham
permutadas as roupas entre si, sem serem lavadas e sem que os marujos se
banhassem. O mau cheiro logo voltou e impregnou desagradavelmente todo o
ambiente.
Como
a marinha era de Sua Majestade Real, o episódio automaticamente evoca
Shakespeare, que – na voz e palavras do príncipe dinamarquês Hamlet- reclama,
após o assassinato do pai, monarca, do ambiente na corte: “Há algo de podre no
reino.”
Em
resumo, a moral da história: não basta eliminar o odor desagradável com a
simples substituição das roupas, se as causas – em outras palavras: a
decomposição, a degradação – continuam. No caso da vida política brasileira, é
indispensável mudar. Não só as roupas, mas também figuras que as vestem.
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