domingo, 4 de novembro de 2018

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante

Pois metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade, não sei

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é plateia
A outra metade é canção
E que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também

Oswaldo Montenegro

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Educação

No portão de entrada de uma Universidade na África do Sul foi afixada a seguinte mensagem para reflexão:

​" Para destruir qualquer nação não é necessário usar  bombas atómicas  ou mísseis de longo alcance. Basta apenas reduzir a qualidade da educação​ e permitir que os estudantes 'cabulem' nos exames .​"​

Pacientes morrem nas mãos de tais médicos.

Edifícios desabam nas mãos de tais engenheiros.

Dinheiro perde-se nas mãos de tais economistas e contabilistas.

A humanidade morre nas mãos de tais eruditos religiosos.

A justiça se perde nas mãos de tais Juízes...

​" O colapso da Educação é o colapso da nação."​

ÉTICA

 Um pai decidiu levar seus filhos ao circo. Ao chegar à bilheteria, pergunta:
 - Olá, quanto custa a entrada?
 O vendedor responde:
 - R$ 30,00 para adultos e R$ 20,00 para crianças de 7 a 14 anos. Crianças até 6 anos não pagam. Quantos anos eles têm?
 E o pai responde:
 - O menor tem 3 anos e o maior 7 anos.
 Com um sorriso, o rapaz da bilheteria diz:
- Se o senhor tivesse falado que o mais velho tinha 6 anos eu não perceberia, e você economizaria R$ 20,00.
 E o pai responde:
 - É verdade, pode ser que você não percebesse, mas meus filhos saberiam que eu menti para obter uma vantagem e a lembrança desta tarde não seria especial, na verdade seria terrível para o caráter deles. E finaliza:
 - A verdade não tem preço. Hoje deixo de economizar R$ 20,00, que não me pertenceriam por direito, mas ganho a esperança de que meus filhos saberão a importância de dizer a verdade.

 O atendente permaneceu mudo. Também ele teria uma tarde especial para se lembrar. Essa história ilustra uma cena em que os filhos presenciam uma atitude correta do pai. A história nos permite perceber que:
- Nada deve substituir a verdade.
- Educar é dar o exemplo.
- Jamais devemos fazer pequenas concessões à mentira, o preço é alto demais.
 - As palavras convencem, mas o exemplo arrasta.
O exemplo é tudo.
A corrupção começa nos pequenos gestos e são passados às novas gerações como algo comum, que não tem problema. Pense nisso...

segunda-feira, 12 de março de 2018

caridade embrulhada com dignidade,

Ela perguntou: "Quanto você está vendendo os ovos?"
O velho vendedor respondeu: 0.50 €/ - um ovo, Senhora".
Ela disse: "Vou levar 6 ovos por 2.50€- ou vou embora".
O velho vendedor respondeu: "Venha levá-los ao preço que você deseja. Pode ser, este é um bom começo porque não consegui vender nem um único ovo hoje ".
Ela pegou os ovos e se afastou sentindo que ganhou. Ela entrou em seu carro elegante e foi a um restaurante elegante com sua amiga. Lá, ela e sua amiga, pediram o que quiseram . Elas comeram um pouco e deixaram muito do que pediram. Então ela foi pagar a conta. A conta custava 400€ / -. Ela deu 500€ / - e pediu ao proprietário do restaurante para ficar com o troco....
Este incidente pode ter parecido bastante normal ao proprietário, mas muito doloroso para o pobre vendedor de ovos.
O objetivo é: por que sempre mostramos que temos o poder quando compramos dos necessitados? E por que ficamos generosos com aqueles que nem precisam de nossa generosidade?
Uma vez eu li em algum lugar:
"Meu pai costumava comprar bens simples de pessoas pobres a preços elevados, mesmo que ele não precisasse deles. Às vezes, ele costumava pagar mais por eles. Fiquei preocupado com este ato e perguntei-lhe por que ele faz isso? Então meu pai respondeu: "É uma caridade embrulhada com dignidade, meu filho".

quinta-feira, 1 de março de 2018

O mau cheiro vai além...


Historinha ilustra muito bem o período político e moral que atravessamos. Desconheço o autor, estou apenas repassando...
Refere-se a episódio envolvendo a Marinha Mercante Britânica, cujos marujos em uma embarcação não tomavam banho nem trocavam de roupa, há meses.

Por óbvias razões, o odor fétido percorria todas as áreas. O fato não escapou, como não poderia, à sensibilidade olfativa do comandante. Este convocou a sua cabine o imediato e o advertiu severamente:
– Mr. Simpson: o navio exala mau cheiro desagradável e pútrido. Manda os homens trocarem suas roupas. Imediatamente.
O imediato, atento, obedeceu: “Aye, aye, Sir...”.
Partiu para a parte inferior da embarcação, reuniu seus homens e transmitiu a ordem:
– Marinheiros, o capitão se queixa do fedor a bordo e manda que todos troquem suas roupas. Assim, tu, David, troca a camisa com John; John, troca a tua com Peter. Peter troca com Alfred; Alfred com Gilbert.
Todos mudaram suas roupas, por força do que, contente, o imediato voltou ao seu superior e comunicou: “Sir, todos já trocaram de roupa”. Imediatamente, o capitão, visivelmente aliviado, mandou que a viagem fosse reiniciada. Só no decorrer de algumas milhas constatou-se que os marinheiros apenas tinham permutadas as roupas entre si, sem serem lavadas e sem que os marujos se banhassem. O mau cheiro logo voltou e impregnou desagradavelmente todo o ambiente. 
Como a marinha era de Sua Majestade Real, o episódio automaticamente evoca Shakespeare, que – na voz e palavras do príncipe dinamarquês Hamlet- reclama, após o assassinato do pai, monarca, do ambiente na corte: “Há algo de podre no reino.”
Em resumo, a moral da história: não basta eliminar o odor desagradável com a simples substituição das roupas, se as causas – em outras palavras: a decomposição, a degradação – continuam. No caso da vida política brasileira, é indispensável mudar. Não só as roupas, mas também figuras que as vestem.
 Pense nisso...